O utilitarismo tem seu apogeu entre 1740 e 1870 confundindo-se com a história da filosofia moral inglesa e tendo como base os escritos de Hobbes e Hume. A doutrina utilitarista tem como principais caracteres a associação psicologia e o individualismo combinados como um naturalismo moral, sendo constituído para tentar responder a quatro problemas fundamentais da filosofia moral da época: […] as relações entre a lei natural e a virtude, o egoísmo e o altruísmo, a associação das ideias e os hábitos e motivações morais, e por fim. O laço entre filosofia moral e as reformas políticas e sociais […].
As primeiras ideias utilitaristas surgem com ligação da busca natural do prazer e a repulsão da pena. Podemos encontrar premissas disso nos escritos de Platão, Aristipo de Cirene e Epicuro que se aproximam do hedonismo. A ideia do bem como fundamento natural só voltará à filosofia moral com Hobbes, mas é Richard Cumberland, um crítico de Hobbes, quem primeiro estabelece o principio de utilidade como fundamento da lei natural, mas sob uma forma religiosa. Em seguida, Hutcheson formula o primeiro principio de utilidade, mas preocupando-se apenas com a motivação humana. Hume é quem primeiro tenta buscar uma uma explicação para a identidade das virtudes e da felicidade propondo que a emoção natural experimentada diante da felicidade ou infelicidade do próximo serve de guia para a ação moral e sua aprovação.
Hume emprega o termo utilidade mas de maneira imprecisa. Ele considera ainda que o que é moralmente justo é derivado do fim de nossas ações. Mas Hume não é um utilitarista visto que para ele a filosofia moral não deve indicar o que se deve fazer mais o que é. Mas quem inspirará fortemente Jereremy Bentham será o teólogo John Gay que irá propor que a virtude é a conformidade de uma regra de vida que dirige ações de felicidade de uns e dos outros. Já David Hartley irá propor que a felicidade é a soma de de prazeres simples por associação. A partir daí Bentham e Stuart Mill iram tentar reformular essas ideias e aplicá-las em seu contexto social levando o utilitarismo a alcunha de uma ética reformista.
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