Galera, já pensou se fosse possível quantificar a felicidade? Parece uma ideia meio difícil de entender, mas para o utilitarismo até que faz sentido falar em unidades de bem-estar ou felicidade.
Tendo em vista que a utilidade que cada alternativa de ação proporciona a cada indivíduo pode trazer tanto felicidade como dor ou sofrimento, é como se houvesse essa felicidade e essa dor pudessem ser quantificadas a ponto de podermos realizar uma espécie de calculo felicífico subtraindo a quantidade de dor da quantidade de felicidade.
Esse foi uma das principais ideias de Bentham que acreditava que a escolha correta correta seria aquela que promove o maior saldo líquido de prazer. Mas, o problema é que se já é complicado fazer esse calculo com um indivíduo, mais complicado seria fazer com uma população inteira.
Assim um filósofo chamado Harsanyi tentou resolver esse problema argumentando que ao "[...] efetuar comparações interpessoais de utilidade, precisamos nos imaginar no lugar de outra pessoa e nos perguntar sobre quais seriam suas preferências com respeito as várias alternativas de ação. [...]"
Alguns podem até dizer que mesmo fazendo isso, haverá a diferença de pessoa para pessoa, mas Harsanyi resalta que não é preciso sermos eximios nas comparações, mas que não há como evitar fazê-la.
FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.
0 comentários:
Postar um comentário