sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Teleológica X Deontológica

      Teleológica é uma ética que sustenta que o que é correto só pode ser definido a partir das consequências que uma dada ação produz. Isso se dá por que para esse tipo de teoria ética, só podemos afirmar o que é correto se antes definirmos o bem a ser alcançado.
      O utilitarismo é um tipo de teoria teleológica, como podemos ver na definição dos seu dois tipos mais comuns: o utilitarismo de atos e de regra. O utilitarismo de atos diz que uma ação é correta se sua realização dá origem a estados de coisas pelos menos tão boas quanto aquelas que teriam resultado em cursos alternativos de ação. Já o utilitarismo de regras afirma que uma ação é correta se esta estiver em conformidade com uma regra que resulte num estado de coisas pelo menos tão boas quanto aquelas resultantes de regras alternativas.
      Mas há também um outro tipo de teoria ética, são as deontológicas. Essa teoria sustenta que é correto é algo moralmente bom em si mesmo desprezando as consequências que delas podem resultar. Isso se deve por que para ela, só é possível realizar o bem se antes definirmos o que é correto a partir do bem que emana da natureza humana ou das legislações firmadas num pacto social.
      Apesar das duas teorias, teleológica e deontológica, terem concepções diferentes, isso não quer dizer que as duas são contrárias em tudo. Em muitos casos as duas possuem a mesma opinião a cerca de uma determinda ação. O que vai diferenciar são as justificativas que as duas encontram para se opor a esta ação.

FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Terceira concepção: teoria objetiva do bem-estar

      Defensores: John Stuart Mill e David Brink
      Proposta: Argomentou-se que o bem estar pode ser alcançado através da formação de uma lista das coisas que se considera valiosas não estando atrelada a estados mentais e desejos/preferências. [...] Uma vida valiosa consiste na posse de certos traços de caráter, no exercício de certas capacidaes e no desenvolvimento de certas relações como os outros e com o mundo [...]. Exemplos são: a virtude, o autodesenvolvimento, a autonomia e o auto-respeito.

FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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Segunda concepção: O bem-estar como satisfação de preferências

      Defensores: Amartya Sen e James Griffin
      Proposta: Argumentou-se inicialmente que [...] todos os desejos e preferências são teoricamente candidatos dignos de serem satisfeitos [...], mas devido a problemas, passou se a [..] exigir que somente as preferências genuinas, ou os "desejos informados" fossem computados [...]. Mesmo assim, [...] a satisfação dos desejos de uma pessoa só poderá ser tida como relevante para seu bem-estar se alterar alguma coisa em seu estado subjetivo [...].
      Críticos: M. D. Farrell e Derek Parfit
      Argumento: Propõem que [...] se todas as preferências são igualmente legítimas e merecem ser igualmente computadas, essa forma de utilitarismo pode dar lugar ao populismo [...] levando as pessoas a desejarem coisas absurdas como a escravidão ao invés da liberdade. Além disso, se colocarmos que somente as preferências genuínas devem ser computadas, então [...] abre-se espaço para alguma forma de paternalismo [...].

FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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Primeira concepção: Teoria mentalista do bem-estar

     Defensores: Jeremy Bentham e John Stuart Mill
     Proposta: Argumentam que [...] o bem dos individuos seria encontrável nos estados subjetivos de bem-estar ou nas vivências de prazer [...]. Que [...] o objetivo humano por execelência consistiria na busca do prazer ou da felicidade [...] e que [...] todos os homens buscam naturalmente o prazer ou algum estado subjetivo de bem-estar e repelem a dor ou o sofrimento [...].

     Críticos: J.J.C. Smart e R. Nozick
     Argumento: Propõem que [...] as pessoas certamente repeliriam com veemência a ideia de se manterem ligadas a algum aparelho que lhes garantisse contínua e ininterruptamente sensações de prazer [...], pois [...] gostariamos muitas vezes de fazer isso ou aquilo e não apenas ter correspondentes sensações prazerosas. Importa-nos a liberdade para realizar determinadas atividades e não queremos apenas ter deremindas vivências [...].


FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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Concepções de bem-estar

      Iniciaremos agora uma importante distinção entre as concepções de utilidade ou bem-estar. De fato, o utilitarismo concede uma "[...] importancia prioritaria a questões atinentes ao bem-viver, à qualidade de vida, ao bem-estar ou à felicidade [...]" dos seres sensientes.
      Mas, não há porem um consenso sobre o que se deve entender por bem-estar ou por uma vida bem-sucedida. Além disso, algumas respostas fazem até o bem-estar ou a felicidade dependerem de alguns estados mentais e posições.
      Nas proximas pestagens detalharemos três concepções importantes com seus prós e contras.

FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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Um pouco de história

      O utilitarismo tem seu apogeu entre 1740 e 1870 confundindo-se com a história da filosofia moral inglesa e tendo como base os escritos de Hobbes e Hume. A doutrina utilitarista tem como principais caracteres a associação psicologia e o individualismo combinados como um naturalismo moral, sendo constituído para tentar responder a quatro problemas fundamentais da filosofia moral da época: […] as relações entre a lei natural e a virtude, o egoísmo e o altruísmo, a associação das ideias e os hábitos e motivações morais, e por fim. O laço entre filosofia moral e as reformas políticas e sociais […].
      As primeiras ideias utilitaristas surgem com ligação da busca natural do prazer e a repulsão da pena. Podemos encontrar premissas disso nos escritos de Platão, Aristipo de Cirene e Epicuro que se aproximam do hedonismo. A ideia do bem como fundamento natural só voltará à filosofia moral com Hobbes, mas é Richard Cumberland, um crítico de Hobbes, quem primeiro estabelece o principio de utilidade como fundamento da lei natural, mas sob uma forma religiosa. Em seguida, Hutcheson formula o primeiro principio de utilidade, mas preocupando-se apenas com a motivação humana. Hume é quem primeiro tenta buscar uma uma explicação para a identidade das virtudes e da felicidade propondo que a emoção natural experimentada diante da felicidade ou infelicidade do próximo serve de guia para a ação moral e sua aprovação.
      Hume emprega o termo utilidade mas de maneira imprecisa. Ele considera ainda que o que é moralmente justo é derivado do fim de nossas ações. Mas Hume não é um utilitarista visto que para ele a filosofia moral não deve indicar o que se deve fazer mais o que é. Mas quem inspirará fortemente Jereremy Bentham será o teólogo John Gay que irá propor que a virtude é a conformidade de uma regra de vida que dirige ações de felicidade de uns e dos outros. Já David Hartley irá propor que a felicidade é a soma de de prazeres simples por associação. A partir daí Bentham e Stuart Mill iram tentar reformular essas ideias e aplicá-las em seu contexto social levando o utilitarismo a alcunha de uma ética reformista.

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O que é utilitarismo?

      Galera hoje nós começaremos a falar um pouco sobre o utilitarismo. Com certeza, aqueles que nunca ouviram falar, deveram estar se perguntando: o que é na verdade esse utilitarismo? Todavia é importante esclarecermos antes alguns pontos.
      O utilitarismo pode ser interpretado como um modo de abordar os problemas morais, só que ao longo do tempo ele vem tanto ganhando a admiração de muitos como o repudio de outros. A admiração devido a sua preocupação com a promoção da felicidade ou o bem-estar dos seres humanos, bem como a diminuição de sua miséria e sofrimento, mantendo uma certa independência com relação a regras. E o repúdio por não levar os direitos à sério, instrumentalizar as pessoas, sacrificando-as em nome de um suposto bem coletivo.
      Divergências à parte, é importante mostrar que o utilitarismo é uma ética aberta a reformulações em sua teoria, renovando-se constantemente. Aliás, seria até mesmo mais correto falarmos em “éticas utilitaristas” do que simplesmente “utilitarismo” tendo em vista suas diversas versões e variantes.
      Mesmo com essa pluralidade há de se notar um conjunto de características em comum que as une, como: a busca de uma ética que favorize o bem-estar das pessoas; a avaliação da qualidade moral dependente das consequências de nossas ações/regras; a ideia de que o bem deve ser maximizado e o sofrimento minimizado; e que a ética deve se importar não só com os seres racionais, mas também com os outros seres capazes de sofrer e sentir.
      Assim, poderíamos definir o utilitarismo através do princípio da utilidade como sendo: ”[...] uma ação (ou regra de ação) será moralmente boa na medida em que o saldo líquido de felicidade ou de bem-estar decorrente de sua realização (ou de uma conformação à regra) for maior que o resultante de qualquer ação ou regra alternativa e disponível ao agente [...]”

FONTE: CARVALHO, Maria Cecília Maringoni de, Por uma ética ilustrativa e progressista: uma defesa do utilitarismo. IN: OLIVEIRA, Manfredo A. de. (org.). Correntes fundamentais da ética contemporânea. Petrópolis, RJ: Vozes 2000, p.99-117.

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Iniciando...

      Preparem-se para conhecer uma das mais conhecidas teorias éticas da historia: o utilitarismo. Nesse blogs, divulgaremos um pouco dos filósofos mais importantes, as formas de utilitarismo, algumas críticas existentes e muito mais. Esperamos que gostem. Qualquer coisa, podem mandar e-mail para outilitarista.filosofia@hotmail.com
      Valeu!

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